Aconteceu na FAC: Palestra

Palestra: “OLHOS SURDOS E MÃOS QUE FALAM: POR UMA THEMIS SEM VENDA”

A convite da professora de Antropologia e Sociologia Jurídica do 4º período de Direito, Érika Caetano, a ex-aluna da FAC, Dra. Thalita Soares Santos, ministrou uma palestra no dia 23 de agosto sobre a acessibilidade da pessoa surda ao poder judiciário.
Dra. Thalita, em sua graduação, abordou em seu TCC a acessibilidade à justiça das pessoas surdas, destacando a falta de preparo dos profissionais da área para lidar com as demandas daqueles que se comunicam por meio de sinais. Até o momento, é a única advogada da cidade de Curvelo que conhece Libras. Destacou que, mesmo com o reconhecimento da Libras como língua oficial do país, pela Lei 10.436/02, esta ainda é desconhecida pela maioria da população ouvinte por falta de iniciativas do poder público e que, tal falta reflete no atendimento à pessoa surda, principalmente nos órgãos de justiça.
Numa abordagem socioantropológica, Dra. Thalita apresentou os principais entraves enfrentados pelo povo surdo (conjunto das pessoas surdas) e a comunidade surda (formada pela família, amigos, intérpretes…) que diariamente se deparam com uma justiça cega para a resolução dos conflitos destes cidadãos, os quais possuem cultura própria, e esta deve ser respeitada e valorizada por toda a sociedade. Tal respeito e valorização se dá através do cumprimento das Leis que garantem a quebra de barreiras comunicacionais e de expansão da Libras em todo o país. Se faz necessário entender que essa parte da população na verdade, faz parte de uma minoria linguística, a visão de que os surdos são deficientes e incapazes é ultrapassada e um tanto quanto preconceituosa.
Valorizar a língua de sinais – Libras, no caso do Brasil, é garantir de fato a dignidade das pessoas com surdez.